Cirurgia de lipoaspiração?Pelo amor de Deus, eu não quero usar nada nem ninguém, nem falar do que não sei, nem procurar culpados, nem acusar ou apontar pessoas, mas ninguém está percebendo que toda essa busca insana pela estética ideal é muito menos lipo-as e muito mais piração? Uma coisa é saúde outra é obsessão. O mundo pirou, enlouqueceu.Hoje, Deus é a auto imagem. Religião, é dieta. Fé, só na estética. Ritual é malhação.Amor é cafona, sinceridade é careta, pudor é ridículo, sentimento é bobagem. Gordura é pecado mortal. Ruga é contravenção. Roubar pode, envelhecer, não.Estria é caso de polícia. Celulite é falta de educação.Filho da puta bem sucedido é exemplo de sucesso.A máxima moderna é uma só: pagando bem, que mal tem? A sociedade consumidora, a que tem dinheiro, a que produz, não pensa em mais nada além da imagem, imagem, imagem.Imagem, estética, medidas, beleza. Nada mais importa.Não importam os sentimentos, não importa a cultura, a sabedoria, o relacionamento, a amizade, a ajuda, nada mais importa.Não importa o outro, o coletivo. Jovens não tem mais fé, nem idealismo, nem posição política.Adultos perdem o senso em busca da juventude fabricada.Ok, eu também quero me sentir bem, quero caber nas roupas, quero ficar legal, quero caminhar, correr, viver muito, ter uma aparência legal mas... Uma sociedade de adolescentes anoréxicas e bulímicas, de jovenslipoaspirados, turbinados, aos vinte anos não é natural. Não é, não pode ser.Que as pessoas discutam o assunto. Que alguém acorde. Que o mundo mude. Que eu me acalme. Que o amor sobreviva.'"Cuide bem do seu amor, seja ele quem for ' Herbert Vianna
sábado, 29 de dezembro de 2007
segunda-feira, 24 de dezembro de 2007
Crônicas de Charlemagne - "Um Grande Amigo"
No dia 18 de dezembro acompanhei o féretro e vi sepultar um amigo. Um dia antes eu o vi estirado sobre o piso de cimento frio e duro, no galpão onde mantinha seus galos de briga: Vestia surradas bermudas e calçava singelas sandálias azuis, muito azuis; seus olhos redondos, abertos, brilhavam como se refletissem a resplandecência eternal da vida para a qual acabara de despertar; tinha as mãos sobre o peito nu, talvez na tentativa de reorganizar os batimentos de seu generoso coração em descompasso, ou talvez para conter a rebeldia de suas fibras de textura tão amorosa; de sua boca aberta era como se estivesse a brotar o seu “OH!”, de surpresa e espanto, com o qual costumava saudar os acontecimentos inusitados. Ao lado das gaiolas dos galos de briga indiferentes, viveu os instantes da extrema solidão humana, ergueu um último brinde à vida, sorveu o derradeiro e amargo gole.
Crônicas de Charlemagne - "Do Olimpo, em um dia qualquer..."
Do Olimpo, em um dia qualquer do ano de 2003
Senhorita, saudações.
Tenho velado por você por toda a sua existência, afinal fui seu anjo da guarda desde quando tudo começou numa cama de hospital, onde seu pai, vítima de acidente de trânsito encontrava-se ferido e sua mãe foi visitá-lo, e lá se atracaram entre rolos de gazes, fizeram amor e ela a concebeu. Quem saberá jamais, ao certo, se daquela cama de hospital não teria tido origem a sua vocação profissional?
Me lembro de que nove meses depois, numa noite em que faltou energia elétrica, no mesmo hospital, não no mesmo quarto e nem na mesma cama, você nasceu. Seu pai, naquela noite de 11 de dezembro do ano de 1997, naquelas delicadíssimas circunstâncias, porque seu parto foi realizado à luz de uma reles lamparina, covardemente esquivou-se de suas responsabilidades paternas saindo em peregrinação pelos botequins, experimentando, em antecipada comemoração ao seu nascimento, todas as marcas da boa aguardente vendida no comércio de Raul Soares. No dia seguinte foi lhe ver no hospital, meio grogue ainda, e comentou sobre como um dos seus olhos, desobediente, teimava em olhar em desacordo com o outro. Hoje sei que conseguiu educá-lo, como também a si própria, o que é uma grande coisa.
Me lembro também de uma outra noite em que você, seu pai e sua mãe foram a um aniversário na casa de uma pessoa que, hoje, se encontra entre nós, aqui no Olimpo, porque naquela noite e casa, você, com somente cinco ou seis anos de idade, na falta de com quem ou com o que brincar, entreteu-se em montar um quebra-cabeça enorme, com centenas de peças minúsculas, cujo motivo era uma paisagem variegada, isso sem ajuda de ninguém. Fiquei muitíssimo impressionado.
Dia desses vi chegar-lhe pelos correios, um grande envelope amarelo contendo o seu diploma. Que bom! Alguns familiares seus até comemoraram esse fato, aqui no Olimpo, muito discretamente, como sói acontecer sempre, porque somos todos muito comedidos aqui.
O Chefão, depois de alguns poucos dias de férias a mim concedidas, incumbiu-me de velar por duas pessoas muito conhecidas por você: seu pai e sua mãe. Andam brigando tanto, os dois, que os anjos que os velavam desistiram da tarefa e abandonaram os respectivos postos. Para o seu pai enviei um filhote de urubu, o que deverá entretê-lo por muitos anos; sua mãe merece mais do que um desses bichos fedorentos, e nós não lhe daremos senão amor, carinho e alegria, afinal ela vem cuidando de vocês todos por 38 anos.
Sem mais, senhorita, recomendo-lhe que abra as suas asas e voe tão alto quanto desejar, e despeço-me, já com saudades, lembrando-lhe porém que olhei por você durante nove mil, trezentos e trinta e três dias ininterruptos.
Atenciosamente,
Seu Anjo da Guarda
Senhorita, saudações.
Tenho velado por você por toda a sua existência, afinal fui seu anjo da guarda desde quando tudo começou numa cama de hospital, onde seu pai, vítima de acidente de trânsito encontrava-se ferido e sua mãe foi visitá-lo, e lá se atracaram entre rolos de gazes, fizeram amor e ela a concebeu. Quem saberá jamais, ao certo, se daquela cama de hospital não teria tido origem a sua vocação profissional?
Me lembro de que nove meses depois, numa noite em que faltou energia elétrica, no mesmo hospital, não no mesmo quarto e nem na mesma cama, você nasceu. Seu pai, naquela noite de 11 de dezembro do ano de 1997, naquelas delicadíssimas circunstâncias, porque seu parto foi realizado à luz de uma reles lamparina, covardemente esquivou-se de suas responsabilidades paternas saindo em peregrinação pelos botequins, experimentando, em antecipada comemoração ao seu nascimento, todas as marcas da boa aguardente vendida no comércio de Raul Soares. No dia seguinte foi lhe ver no hospital, meio grogue ainda, e comentou sobre como um dos seus olhos, desobediente, teimava em olhar em desacordo com o outro. Hoje sei que conseguiu educá-lo, como também a si própria, o que é uma grande coisa.
Me lembro também de uma outra noite em que você, seu pai e sua mãe foram a um aniversário na casa de uma pessoa que, hoje, se encontra entre nós, aqui no Olimpo, porque naquela noite e casa, você, com somente cinco ou seis anos de idade, na falta de com quem ou com o que brincar, entreteu-se em montar um quebra-cabeça enorme, com centenas de peças minúsculas, cujo motivo era uma paisagem variegada, isso sem ajuda de ninguém. Fiquei muitíssimo impressionado.
Dia desses vi chegar-lhe pelos correios, um grande envelope amarelo contendo o seu diploma. Que bom! Alguns familiares seus até comemoraram esse fato, aqui no Olimpo, muito discretamente, como sói acontecer sempre, porque somos todos muito comedidos aqui.
O Chefão, depois de alguns poucos dias de férias a mim concedidas, incumbiu-me de velar por duas pessoas muito conhecidas por você: seu pai e sua mãe. Andam brigando tanto, os dois, que os anjos que os velavam desistiram da tarefa e abandonaram os respectivos postos. Para o seu pai enviei um filhote de urubu, o que deverá entretê-lo por muitos anos; sua mãe merece mais do que um desses bichos fedorentos, e nós não lhe daremos senão amor, carinho e alegria, afinal ela vem cuidando de vocês todos por 38 anos.
Sem mais, senhorita, recomendo-lhe que abra as suas asas e voe tão alto quanto desejar, e despeço-me, já com saudades, lembrando-lhe porém que olhei por você durante nove mil, trezentos e trinta e três dias ininterruptos.
Atenciosamente,
Seu Anjo da Guarda
domingo, 9 de dezembro de 2007
Crônicas de Ramiro Rrossi - "Bacalhoada do Júlio Nesce"
O fotógrafo e doublê de cozinheiro Júlio Nesce, seguindo a programação de elaboração de pratos especiais , preparou mais uma receita de autoria do escritor Didi Maia, que muito brevemente estará disponível em seu novo BLOG: “A Arte da Culinária”.
O poeta e também cozinheiro Itamar Socrates, aprovou e ficou apaixonado com o jiló do Mestre da culinária; inclusive observou que o toque de pimenta “comarim”( aquela que dá em alto de pasto e é muito apreciada por bem-te-vis), ficou de paladar bem sutil ao tradicional amargo do leguminoso...segundo o poeta , quanto mais ele comia mais sentia aquele travo do jiló.
Esqueceu-se o poeta que o melhor da receita era o Bacalhau com Batatas ao Crem’Ness, e o jiló era apenas um aperitivo de entrada e saída.
A dona da casa Maria, o jovem Sânzio, seu filho Lucas e a radialista Silvânia Morais, que comeu de limpar o prato, nem experimentaram o jiló, mas se encantaram com o sabor do peixe, que por sorte, não foi pescado no Rio Santana, altamente poluído por dejetos de suínos.A se comer um peixe do Rio Santana melhor um bom pé de porco de ontem comprado no açougue do Zé
Noemi...
Enquanto isso, o especialista em computadores, Elexandro, prestando serviço aqui em minha casa procurava viabilizar este blog, que já havia sido visitado por 91 pessoas, e, que, até então, não havia nenhum conteúdo.
A partir de agora esta selado o compromisso de reencontrarmo-nos periodicamente neste espaço, sempre aberto a idéias e sugestões de quem quiser colaborar.
O poeta e também cozinheiro Itamar Socrates, aprovou e ficou apaixonado com o jiló do Mestre da culinária; inclusive observou que o toque de pimenta “comarim”( aquela que dá em alto de pasto e é muito apreciada por bem-te-vis), ficou de paladar bem sutil ao tradicional amargo do leguminoso...segundo o poeta , quanto mais ele comia mais sentia aquele travo do jiló.
Esqueceu-se o poeta que o melhor da receita era o Bacalhau com Batatas ao Crem’Ness, e o jiló era apenas um aperitivo de entrada e saída.
A dona da casa Maria, o jovem Sânzio, seu filho Lucas e a radialista Silvânia Morais, que comeu de limpar o prato, nem experimentaram o jiló, mas se encantaram com o sabor do peixe, que por sorte, não foi pescado no Rio Santana, altamente poluído por dejetos de suínos.A se comer um peixe do Rio Santana melhor um bom pé de porco de ontem comprado no açougue do Zé
Noemi...
Enquanto isso, o especialista em computadores, Elexandro, prestando serviço aqui em minha casa procurava viabilizar este blog, que já havia sido visitado por 91 pessoas, e, que, até então, não havia nenhum conteúdo.
A partir de agora esta selado o compromisso de reencontrarmo-nos periodicamente neste espaço, sempre aberto a idéias e sugestões de quem quiser colaborar.
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